A volta

Ah, como leve aromatizado ar
aguçam receptores
e fazem explodir cheiros, sabores...

Lisérgica estação
onde se reordena e reativa
processos antes dimunídos

A volta do frenesi
A atividade em meio a quietude
antes existente.
É primavera!
os elementais saem dos seus refúgios
e voltam a transitar pela natureza!!!

Lapse Sinapse

Líbero agir humano
que chega ao desentendimento...
como pode uma cabeça
ignóbil às suas faculdades
exigir cumprimento alheio
sem antes fazer o que lhe seria óbvio.
De forma adjacente,
se faz tão ausente
quando presente se esperava.
Lava-se as mãos
para seguir a estrada.
A pedra que vai,
volta com o mesmo rigor.
E quer queira, ou não,
"a mão que afaga é a mesma que apedreja"

Lamento

Fétido o pesado ar carregado
das convenções socias
que hoje ditam ações.
Ações estas moldadas
em uma selvagem disputa
de poderes e interesses.
Os que a este modelo se rendem
estão inseridos e são aceitos.
Os que não se enquadram
taxam-se underground,
ou até arrisco um neologismo,
"outground".

Aderir ao diferente,
hoje é anormal.
Loucos, transgressores, anarquistas, revoltados...
adjetivos supressores.
Se ainda consigo transmitir a mensagem
e faço valer o código,
não componho a nuvem.
Da melhor perspectiva de análise,
prefiro me enquadrar de tal forma
a ser mais um na multidão.

Linhas Gerais

A autonomia

conquistou-se com paciência

às duras penas

,

lacunas que se abriram

aos poucos preenchem

mais um passo a frente

esquerda ou direita tanto faz

capacidades equiparadas

,

é rever o povo que sofreu junto

abraçar e chegar próximo

eles também lutaram

de longe, mas lutaram

Brisa da tarde

Largos pés que chutam
onde não o deveriam,
no meio d'um vale de aço

Em meio a pesadas estruturas
que de aço são compostas
uma folha cai

Não por se compor da mistura.
cai pois já lhe carcumiram as veias
e já não suporta o puxar do chão

Descalços descarregam relâmpagos
não os pés que chutam.
Somente aqueles que ainda possuem veias fortes
para se manter acima do chão que puxa.

Olhar

Líbero olhar refratal que,
de forma devastadora,
não conduz a um ponto apenas.

Cores e formas exuberantes
trabalhadas ao léu,
pelas combinações.

Combinações estas que,
em sua performance perfeita
enfeita o já feito.

ACGTTTAGGCTACGGATTGCTTAG...

Lírios, bichos, baixos, bosques, balanço, beleza...

Lápides esculturais comprovam que,
em silêncio,
o inigualável poder da Deusa
diariamente gera diversidade
a partir do desapercebido pequeno.

Paladar

Gostos não são singulares.
Diante a diversidade papilar,
fazem-se reais as variantes

Do féu ao mel,
grandes possibilidades.
Tem-se que experimentar

Com o coração tranquilo
vêm gostos mais,
mais suaves, amenos...

Apesar da consciência
da existência do outro lado,
há oblonga preferência.

Sentir o gosto amigo
e saltar da boca
uníssono...
TE AMO!!!