03 May 2010

Gênero Rodriguezia

Gênero classificado por Ruiz e Pavón, em 1794. Nome dado em homenagem a Manoel Rodríguez, botânico espanhol e contemporâneo dos exploradores Ruiz e Pavón. Gênero de pequenas plantas que vegetam desde a Costa Rica até o Brasil e Peru. Tem 30 espécies epífitas.
Rodriguezia agrupa cerca de quarenta e cinco espécies epífitas ou rupícolas, de crescimento cespitoso ou ascendente e aéreo, distribuídas pela América tropical desde o México ao noroeste da Argentina, com concentração em duas áreas diversas, a saber, no norte e noroeste da Amazônia e na Mata Atlântica do sudeste do Brasil, ocorrendo em situações diversas, cerca de metade delas registradas para o Brasil.
Rodriguezia divide-se em dois grupos de espécies de portes bem diferentes. Um dos grupos, de crescimento cespitoso, com rizoma curto, pseudobulbos muito pequenos, alongados, quase totalmente ocultados por muitas baínhas foliares imbricantes, com folhas espessas, lanceoladas, acanoadas, e inflorescência curta, arcada ou pendente, com muitas flores.
O outro grupo, antigamente classificado como gênero à parte com o nome de Burlingtonia, é composto de plantas de crescimento escandente, com rizoma bastante comprido, rijo e fino, raízes adventícias longas e numerosas, pseudobulbos ovais, muito espaçados, sempre parcialmente visíveis, com poucas baínhas foliares, estas muito menos carnosas que no outro grupo, mais elípticas e planas, e rácimo ereto longamente pedunculado com poucas flores na extremidade. Em ambos os casos os pseudobulbos são lateralmente comprimidos e a inflorescência brota das axilas das baínhas que guarnecem os pseudobulbos.
As flores têm pétalas e sépalas dorsais coniventes, aproximadamente de igual tamanho, ou por vezes pétalas bem maiores, enquanto as sépalas laterais normalmente fundem-se, na base ou em todo o comprimento, formando um esporão ou mento saquiforme, sempre mais curto que o ovário. O labelo é simples, geralmente tem a mesma cor das pétalas e sépalas, com lobo mediano de extremidade bilobulada, na base prolongado em saco livre ou soldado à face ventral da coluna, com numerosas carenas paralelas de comprimentos diversos, comum amarelas, e que devem ser observadas para diferenciar algumas das espécies. A coluna é bastante curta, claviforme, com dois longos prolongamentos de margens pubescentes que guarnecem os lados da antera, e dois apêndices inferiores a ela de modo a formar uma espécie de tubo que conduz ao estigma. A antera é apical, uniloculada, com duas polínias.


Principais espécies: Rdza. decora, Rdza. lanceloata, Rdza. obtusifolia, Rdza. venusta.

Rodriguezia decora: Espécie com pequenos pseudobulbos que sustentam uma única folha, estreita e pontuda. Pseudobulbos que aparecem sobre roliço e fino rizoma, em intervalos de 10 cm uns dos outros. Racimos florais arqueados e multiflorais, de até 30 centímetros de comprimento. Flores vistosas, com pétalas e sépalas de cor creme, salpicadas de púrpura. Labelo grande, reniforme, de cor branca, com cristas salpicadas, também, de púrpura.



Rodriguezia lanceloata: Espécie com rizoma alongado e ascendente. Pseudobulbos ovais, aproximados, sustentando uma única folha oblonga e acuminada de 10 cm de altura de cor verde-claro. Racimos recurvados com três a seis flores de 3 cm de diâmetro, de cor roxo-lilás e labelo cuneiforme de cor mais forte e cristas salpicadas de vermelho. Florescem de fevereiro a abril. Vegeta em habitats ensolarados nos estados do Pará e Mato Grosso, até em, praças públicas.



Rodriguezia obtusifolia: Espécie epífita, com pseudobulbos estreitos e achatados, sustentando folha estreita e acuminada. Os pseudobulbos aparecem em intervalos de 15 cm sobre fino e roliço rizoma. Seu crescimento nas árvores hospedeiras é sempre vertical. Racimos florais finos e arqueados, com até 40 cm de comprimento, portanto de três a cinco flores. Flor de 2 cm de diâmetro, com pétalas, sépalas e labelo reniformes, todos de cor branca. Floresce no inverno.



Rodriguezia venusta: Espécie que medra nas matas do litoral brasileiro, desde Pernambuco até o Rio Grande do Sul. Pseudobulbos compridos sustentando duas a três folhas estreitas e coríaceas de 15 cm de comprimento e de cor verde-claro. Flores muito perfumadas que formam graciosos racimos recurvados. Pétalas e sépalas de cor branco-leitosa, labelo bem encrespado dotado de mácula amarela. É altamente decorativa. Floresce em outubro/novembro.




Fonte:
www.delfinadearaujo.com
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